Diário de uma viagem na Grécia
Eu estava um pouco nervosa, porque nunca tinha viajado sem os meus pais, mas rapidamente o nervosismo passou.
Quando chegamos à Grécia, fomos diretamente para a escola que iríamos frequentar. Cada aluno foi recebido pela sua família hospedeira.
Ao chegar a casa da minha “nova família”, fui apresentada aos quatro filhos do casal, mas eles não me receberam só a mim, eu dividi a casa e o quarto com outra aluna da nossa escola, uma aluna do 12° ano, que se chama Miriam Gomes e é uma das pessoas mais simpáticas que já conheci.
Logo depois de chegarmos a casa, a filha mais velha do casal, Meni, de 17 anos, convidou-nos para a acompanharmos a um ensaio de dança, com a sua turma do 12° ano, para o baile de finalistas dela. Após três horas no ensaio, voltámos para casa. Porém, já bem tarde, saímos e fomos para casa da tia das crianças comemorar o “dia do nome”. O “dia do nome” é um dia em que os gregos comemoram um nome específico.
Segunda-feira, dia 16 de dezembro de 2019, foi o nosso primeiro dia na escola. Como qualquer primeiro dia, há sempre aquela ansiedade, esse nervosismo miudinho, misturado com o entusiasmo. Foi ótimo! Conhecemos todos os outros alunos que estavam a participar no projeto, fizemos atividades, falamos sobre a cultura de cada país e conversámos um pouco sobre cada um de nós. O tempo passou muito depressa e quando percebi, o dia já tinha chegado ao fim.
Escola: Dimotiko Scholeio Plateos Imathias
Na terça-feira de manhã, fomos para a escola e fizemos mais algumas atividades. Uma professora chamou-nos para participar numa aula de dança, onde aprendemos várias danças tradicionais. Voltámos para casa e almoçámos.
Às 17 horas regressámos à escola, onde estava um autocarro à nossa espera para nos levar a Salónica. Nessa cidade, visitámos o museu do corpo humano e um museu de jogos e brinquedos antigos.
Museu do corpo humano
Museu dos jogos e brinquedos
Na quarta-feira de manhã, fomos de autocarro até Vergina, onde pudemos visitar um museu de história grega, com quadros e artefactos, e o túmulo do rei Filipo, pai de Alexandre, o Magno. Depois parámos em Véria onde visitámos uma biblioteca municipal muito bem equipada, com aparelhos de alta tecnologia, um estúdio de música, uma cozinha, etc... Fomos também visitar o salão nobre da câmara, onde um representante local nos recebeu, visitámos uma antiga mesquita, uma sinagoga, o local onde o apóstolo Paulo pregou e, por fim, fomos a uma igreja católica.
Véria
Museu de mitologia grega
Na quinta-feira, fomos para escola e jogamos um jogo sobre a capital e a bandeira dos vários países participantes e depois fomos de autocarro novamente até Salónica. No entanto, desta vez, os alunos gregos ficaram na escola e apenas nós, portugueses, os lituanos, os turcos, os polacos e as alunas francesas fomos visitar um museu sobre a mitologia grega. Na minha opinião, este foi o melhor museu. Aí, contaram-nos a história dos deuses, as suas características, as suas relações e os seus dons. Após a visita a este museu, dirigimo-nos para um museu de arte contemporânea. Confesso que algumas obras foram feitas de uma forma tão inteligente que fiquei bem impressionada.
De seguida, continuámos a andar pela cidade e parámos para subir à famosa Torre Branca. Lá, do seu topo, vi a cidade de Salónica de uma forma diferente e, realmente, é uma cidade linda. Como todos já estavam com fome, parámos para almoçar. Seguimos o nosso passeio de uma forma mais livre, onde acabámos por nos separar dos parceiros. Eu, a Marta, o Santiago e a Miriam, juntamente com a nossa professora de português, Agostinha Gomes, e com o nosso diretor, Dr. Álvaro Santos, ficamos a passear por Salónica, juntamente com os quatro alunos lituanos. Durante esse passeio, estreitámos as nossas relações, aproximámo-nos mais e fizemos amizade com eles.
Museu de arte contemporânia
Salónica vista da Torre Branca
Sexta-feira, o último dia na escola, tivemos aulas de inglês onde cantámos várias músicas e aprendemos sobre vários feriados de países diferentes. Tivemos também atividades de robótica, de artes e até cozinhar. Eu, simplesmente, adorei a robótica, foi muito divertida, tivemos de pilotar carros com telemóveis e acertar em letras com os carros para formar palavras.
Fiquei triste porque a viagem estava a acabar e comecei a chorar enquanto me despedia dos amigos que fiz. Os lituanos iriam embora no sábado, então para manter contacto criámos um grupo e marcámos uma despedida em frente à escola, na tarde de sexta-feira.
Sábado, durante o dia, não fizemos muito. Eu e a Miriam dormimos até tarde e fomos almoçar pizza em casa dos avós da nossa “família”. Já de noite, começámos a preparar-nos para o baile de finalistas da Meni. Chegamos lá e tudo estava lindo, o mais interessante é que eles dançam várias danças tradicionais e quase todos sabem a coreografia de todas.
Domingo, 22 de dezembro de 2019, num piscar de olhos este dia chegou. Já de malas prontas, a nossa “família” levou-nos para casa dos avós, onde nos despedimos, e depois fomos para a escola. Os táxis chegaram e chegara também a hora de dizer adeus. Novamente comecei a chorar, afinal as despedidas não são fáceis. Naquele momento, eu senti uma gratidão enorme, que nenhuma palavra conseguia expressar! Então, abracei todas as pessoas que estavam ali.
Nunca me vou esquecer dessa viagem, ela vai ficar firmemente marcada na minha vida!
TEXTO/IMAGEM: Maria Fernanda Moreira, 9ºD
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